A identificação de assinaturas acústicas de petrechos de pesca no mar é uma das frentes de atuação do Projeto Petrechos de Pesca. Para aprimorar a interpretação desses sinais em campo, a equipe realizou teste com sonar de varredura lateral para registrar e catalogar as assinaturas acústicas de diferentes tipos de petrechos de pesca submersos no fundo do mar. Isso contribuiu para o desenvolvimento de protocolos mais eficientes de detecção e monitoramento desses materiais.
Atividade realizada no Núcleo Regional de Pesquisa do Litoral Norte do Instituto de Pesca (Ubatuba-SP), para registrar as assinaturas acústicas de petrechos de pesca submersos.
As ações foram realizadas em ambiente controlado, com o reconhecimento prévio do local antes da execução das atividades, onde foram dispostos no fundo os seguintes petrechos de pesca: redes de emalhe, rede de arrasto, potes de polvo, lanterna de vieira e rede com chumbo. Os petrechos foram amarrados a um cabo principal dispostos a aproximadamente 5 m de distância uns dos outros. Em cada petrecho foi preso um cabo azul com uma boia que indicava a sua posição na superfície da água. Esse cabo principal estava posicionado no fundo do mar através do peso de dois lastros de ferro em cada extremidade, onde estavam amarradas duas boias – uma boia circular e uma boia triangular. A equipe navegou por cima e ao lado dessa estrutura, registrando essas feições acústicas com o sonar.
Esquema do posicionamento dos petrechos de pesca dispostos no fundo marinho, a intervalos de distância de aproximadamente 5 m, presos a um cabo principal e sinalizados com boias na superfície.
Imagem obtida pelo sonar de varredura lateral. O cabo das bóias utilizadas para a identificação da disposição dos petrechos de pesca na superfície ajudaram a identificar o posicionamento dos petrechos no sonograma.
Durante os testes realizados com o sonar de varredura lateral, a equipe percebeu que a posição dos petrechos de pesca em relação ao sonar influencia muito na qualidade das imagens. Quando os objetos estão bem embaixo do equipamento (na parte chamada transdutor, que emite os sinais acústicos), as imagens saem distorcidas e dificultam a identificação. Ou seja, dependendo da distância lateral entre o sonar e o petrecho, a imagem gerada pode mudar bastante.
Apesar de o sonar ser uma ferramenta muito útil para localizar objetos no fundo do mar, ele não mostra imagens detalhadas como uma câmera fotográfica. Por isso, é necessário um olhar bem treinado para reconhecer os petrechos a partir das formas e sombras que aparecem nas imagens acústicas.
Esses testes continuarão sendo realizados com o objetivo de aperfeiçoar a capacidade da equipe em reconhecer e classificar os diferentes tipos de petrechos a partir das imagens geradas pelo sonar.
Imagem do sonar que possivelmente corresponde às redes de arrasto e emalhe.
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