Oficina com Pescadores: um diálogo de saberes

Entre as diversas atividades socioeducativas promovidas pelo Projeto Petrechos de Pesca, as oficinas e capacitações têm um papel fundamental. Elas oferecem aos participantes a oportunidade de vivenciar na prática as ações do projeto, além de criar um espaço aberto de ensino, aprendizagem e troca de saberes.

Desde 2023, o projeto já havia realizado duas oficinas com gestores das áreas de proteção ambiental marinha do litoral paulista. E, no último dia 10 de junho, aconteceu mais um marco importante: a primeira Oficina com Pescadores e Pescadoras Artesanais de Ubatuba.

O encontro aconteceu na sede do Parque Estadual da Ilha Anchieta (PEIA), em Ubatuba, das 9h às 16h. A oficina reuniu pescadores artesanais, lideranças comunitárias, gestores ambientais da Fundação Florestal – incluindo representantes da APA Marinha do Litoral Norte e do próprio Parque Estadual da Ilha Anchieta -, além da equipe do projeto.

O objetivo foi promover um diálogo aberto sobre os desafios e as possíveis soluções para a gestão dos petrechos de pesca, fortalecendo a parceria entre o conhecimento científico e os saberes tradicionais das comunidades pesqueiras. A oficina proporcionou momentos de escuta ativa, onde os pescadores puderam relatar suas principais dificuldades com a destinação de petrechos inservíveis e sugestões para o projeto.

Ilhas de Saberes: diálogo temático e participativo

Uma das dinâmicas centrais do evento foram as chamadas “Ilhas de Saberes”, que abordaram três grandes temas de interface com as ações do projeto: (1) Ecoponto do Pescador e os petrechos de pesca; (2) Campanha de mar e o mapeamento do fundo marinho e (3) Unidades de Conservação, Fundação Florestal e os pescadores. Esses espaços permitiram uma conversa direta e focada entre pescadores, gestores e equipe do projeto, trazendo à tona as realidades enfrentadas no dia-a-dia da pesca, as dificuldades na destinação dos petrechos inservíveis e os desafios logísticos e operacionais do projeto.

Próximos passos: fortalecer parcerias e ampliar a participação

Além de promover a troca de experiências, oficinas como essa são ferramentas para mapear as principais demandas das comunidades pesqueiras e identificar oportunidades de parceria. O objetivo é ampliar o alcance das ações de mitigação e prevenção dos problemas socioambientais relacionados à gestão dos petrechos de pesca no território.

Incentivar a participação dos pescadores, estreitar o diálogo entre o conhecimento científico e os saberes tradicionais, e construir soluções de forma colaborativa é, sem dúvida, um caminho promissor para garantir a sustentabilidade das nossas atividades pesqueiras e a saúde do nosso oceano.

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